Instituto Pensar - Caso Flordelis reacende pressão para retorno do Conselho de Ética da Câmara

Caso Flordelis reacende pressão para retorno do Conselho de Ética da Câmara

por: Nathalia Bignon


(Foto: Michel Jesus / Câmara dos Deputados)

Em entrevista nesta segunda-feira (24), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a Casa vai analisar se houver algum pedido judicial de afastamento da deputada Flordelis (PSD-RJ) ou outra medida, o que até agora não ocorreu.

A deputada é apontada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. A deputada é uma das 11 pessoas denunciadas pelo crime e teve sua residência no Rio de Janeiro e o apartamento funcional em Brasília alvos de operação policial de busca e apreensão na segunda-feira (24).

"Este é um crime que não tem relação com o mandato”, disse Rodrigo Maia. Por isso, afirmou que não existe foro especial para o caso, que está sendo objeto de processo na primeira instância da Justiça. "Não é uma questão de foro, mas de prerrogativa”, disse.

Volta do Conselho de Ética

O caso da deputada renovou a pressão pela reabertura do Conselho de Ética na Câmara. A oposição espera poder usar o episódio envolvendo Flordelis para retomar os trabalhos, paralisados desde que começou a pandemia. Como pano de fundo, há uma série de representações contra deputados bolsonaristas a serem analisadas pelo colegiado, em especial contra Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vem sendo cobrado há meses pela reabertura do conselho. Há um projeto pronto para ser votado em que institui a volta dos trabalhos de forma digital.

"Não quero antecipar juízo de valor no caso. Mas o que está demonstrado de apuração da polícia é um caso gravíssimo, que fere o decoro parlamentar, portanto é pauta do Conselho de Ética e do plenário”, disse o vice-líder do PCdoB, deputado Márcio Jerry (MA), membro do colegiado.

O líder do DEM, Efraim Filho (PB), afirmou: "O caso é extremamente simbólico, o caminho é haver uma representação, que acabará forçando a reabertura do Conselho de Ética”.

O afastamento de deputada, sob pedido judicial, será analisado no plenário da Casa. Mas eventual quebra de decoro e cassação de mandato devem passar pelo Conselho de Ética, após representação de um partido.

"Se o Judiciário pedir o afastamento, vamos decidir. Em relação ao processo, tenho que analisar para que a Câmara avalie que providências tomar”, disse Rodrigo Maia.

Com informações da Agência Câmara e do Estadão



0 Comentário:


Nome: Em:
Mensagem: